domingo, maio 22, 2011

TEMOS UMA BEATA, SEU NOME É IRMÃ DULCE DOS POBRES


Foto: Ricardo Cardoso/Frame/AE
Milhares de católicos no Brasil e no mundo, comemoram a beatificação de Irmã Dulce, ocorrida neste domingo em Slavador, sua terra natal. A religiosa dedicou sua vida a ajudar os pobres e excluídos, passando a ser chamada de Anjo Bom da Bahia. A solidariedade aos carentes e o reconhecimento de um milagre levaram a freira a ser proclamada beata, o que a deixa mais próxima de se tornar santa.
A cerimônia, iniciada às 17h, no Parque de Exposições de Salvador, foi acompanhada por diversas autoridades, entre elas, a presidente Dilma Rousseff, o governador da Bahia, Jaques Wagner e o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). O rito foi conduzido pelo cardeal dom Geraldo Majella Agnelo, representante do papa Bento 16. Com a beatificação, a religiosa passa a ser chamada de Bem-Aventurada Dulce dos Pobres.
Como beata, um grande quadro com o retrato da religiosa foi mostrado ao público, que agitou lenços e cantou em homenagem à freira baiana, que morreu há 19 anos.

O caminho da santificação
O processo de canonização começou em 2000. Em 2003, a Santa Sé emitiu validação jurídica do milagre atribuído à freira. Irmã Dulce intercedeu por uma mulher, no interior do Nordeste, que sofreu grave hemorragia após o parto, em 2001. O feito foi investigado por peritos médicos e teólogos. Em 2009, o papa Bento 16 concedeu o título de venerável à freira baiana - reconhecimento de que viveu de forma heróica as virtudes da fé cristã, caridade e esperança.
No ano passado, a Congregação para a Causa dos Santos certificou a autenticidade do milagre atribuído à irmã Dulce – última etapa para a beatificação. Em 10 dezembro de 2010, o papa promulgou o decreto de beatificação. Após o decreto, deu-se início o processo para a santificação. Para ser considerada santa, o Vaticano precisa reconhecer mais uma graça por intercessão da religiosa que tenha ocorrido a partir de 11 de dezembro.

Vida dedicada aos menos favorecidos
Filha do dentista Augusto Lopes Pontes e de Dulce Maria de Souza Brito Lopes Pontes, Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes nasceu em 26 de maio de 1914, na capital baiana. Aos sete anos, a mãe morreu. Na adolescência, já dava sinais da vocação para ajudar os excluídos, acolhendo mendigos e doentes em sua casa.
Em 1933, ingressou na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, no município sergipano de São Cristovão. Aos 20 anos, foi ordenada freira e adotou o nome de irmã Dulce, em homenagem à mãe.
Em Salvador, prestava assistência à comunidade pobre de Alagados, ajudou na fundação de uma associação católica de operários e também de uma escola para filhos dos operários. No início da década de 50, a freira usava o galinheiro do convento para abrigar doentes – foi o começo da Associação Obras Sociais Irmã Dulce, criada oficialmente em 1959. Depois, fundou o Convento Santo Antônio.
Em 1988, foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz. Com a saúde extremamente debilitada, a religiosa morreu em 1992, com 77 anos de idade. Com o processo de canonização, os restos mortais foram levados para a Capela do Convento Santo Antônio. Depois de receber o título de venerável, foram transferidos para a Capela das Relíquias, ambos em Salvador.
Fonte: Agência Brasil/ título da Notícia Pe. Paulo Lima